A avaliação do potencial eólico de uma região requer trabalhos sistemáticos de coleta e análise de dados sobre a velocidade e o regime de ventos.
Para que a energia eólica seja considerada tecnicamente aproveitável, é necessário que sua densidade seja maior ou igual a 500 W/m², a uma altura de 50 m, o que requer uma velocidade mínima do vento de 7 a 8 m/s. Segundo a Organização Mundial de Meteorologia, em apenas 13% da superfície terrestre o vento apresenta uma velocidade média igual ou superior a 7 m/s, a uma altura de 50 m. Essa proporção varia muito entre regiões e continentes, chegando a 32% na Europa Ocidental.
No Brasil, os primeiros anemógrafos (instrumentos utilizados para medir a velocidade do vento) computadorizados e sensores especiais para energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de Noronha (PE), no início dos anos 1990. Os resultados dessas medições possibilitaram a determinação do potencial eólico local e a instalação das primeiras turbinas eólicas do Brasil.
Potencial eólico brasileiro
Apesar de ainda existirem algumas divergências entre especialistas e instituições na estimativa do potencial eólico brasileiro, vários estudos indicam valores extremamente consideráveis. As primeiras pesquisas foram feitas na região Nordeste, principalmente no Ceará e em Pernambuco. Com o apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia, o Centro Brasileiro de Energia Eólica, publicou em 1998 a primeira versão do Atlas Eólico da Região Nordeste. A continuidade desse trabalho resultou no Panorama do Potencial Eólico no Brasil.
Turbinas eólicas
É importante ressaltar o seguinte processo esquemático: -> A energia elétrica é produzida por um gerador, na Casa de Força. -> O Gerador possui um eixo que é movido por uma enorme hélice. -> A hélice é movida pela velocidade do vento.
No início da utilização da energia eólica, surgiram turbinas de vários tipos – eixo horizontal, eixo vertical, com uma pá, com duas e três pás, gerador de indução, etc. Com o passar do tempo, consolidou-se o projeto de turbinas eólicas com as seguintes características: eixo de rotação horizontal, três pás, alinhamento ativo, gerador de indução e estrutura não-flexível. Porém, algumas características desse projeto ainda geram polêmica, como o controle das pás para limitar a potência máxima gerada.
Quanto ao porte, as turbinas eólicas podem ser classificadas da seguinte forma: pequenas – potência nominal menor que 500 kw; médias – potência nominal entre 500 kw e 1000 kw; e grandes – potência nominal maior que 1 mw.
Quanto à aplicação, as turbinas podem ser conectadas à rede elétrica ou destinadas ao suprimento de eletricidade à comunidades ou sistemas isolados.
Quanto à capacidade de geração elétrica, as primeiras turbinas eólicas desenvolvidas em escala comercial tinham potências nominais entre 10 kw e 50 kw. Em 1999 surgiram as primeiras turbinas eólicas de 2mw e hoje existem protótipos de 3,6 mw e 4,5 mw sendo testados na Espanha e na Alemanha. Atualmente, existem mais de mil turbinas eólicas com potência nominal superior a 1 mw em funcionamento no mundo.
Energia eólica no contexto do setor elétrico brasileiro
No Brasil, a participação da energia eólica na geração de energia elétrica ainda é pequena. Em setembro de 2003 havia apenas 6 centrais eólicas em operação no país. Entre essas centrais, destacam-se Taibá e Prainha, no Estado do Ceará, que representam 68% do parque eólico nacional.
No entanto, os incentivos vigentes para o setor elétrico brasileiro deverão despertar o interesse de empreendedores.